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MARCOS IMPORTANTES PARA A HISTÓRIA DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS)

  1. Ernest Huet


    Nascido em 1822, em Paris, Ernest Huet pertencia a uma família da nobreza na França. Por esse motivo, ele sempre teve acesso à melhor educação da época. Ainda adolescente, Huet falava português e alemão (além do francês). Com a idade de apenas 12 anos, Ernest teve sarampo e, devido a essa enfermidade, acabou ficando surdo. Mesmo depois de apresentar surdez, ele conseguiu aprender espanhol e começou a estudar no Instituto Nacional de Surdos de Paris. Por conta do excelente trabalho desenvolvido, Huet obteve grande prestígio e reconhecimento. Por esse motivo e devido ao notável trabalho na área de educação de surdos, em 1855 Huet mudou-se para a Corte de Portugal no Brasil.O objetivo do Imperador consistia em fundar um instituto que atendesse as pessoas surdas no Brasil.

  2. Imperial Instituto de Surdos-Mudos


    Ernest Huet que foi convidado a vir ao Brasil pelo imperador D. Pedro II em julho de 1855 e apresentou ao imperador D. Pedro II um plano para a criação de um estabelecimento para surdos. Neste documento também informa sobre a sua experiência anterior como diretor de uma instituição para surdos na França: o Instituto dos Surdos-Mudos de Bourges. Com o plano já aprovado, a primeira escola para surdos começa a funcionar em 1° de janeiro de 1856. Mesma data em que foi publicada a proposta de ensino apresentada por Huet. Essa proposta continha as disciplinas de Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, História do Brasil, Escrituração Mercantil, Linguagem Articulada, Doutrina Cristã e Leitura sobre os Lábios. Entre os objetivos institucionais do INES estão a produção, o desenvolvimento e a divulgação de conhecimentos científicos e tecnológicos na área da surdez em todo o Brasil, além de subsidiar a Política Nacional de Educação.

  3. Congresso de Milão


    Ocorreu entre 6 e 11 de setembro de 1880, um congresso internacional de educadores surdos na cidade de Milão na Itália. Nesse congresso ocorreu uma votação proibindo oficialmente a língua de sinais na educação de surdos. Desde sua aprovação em 1880, as escolas em todos os países Europeus e nos Estados Unidos mudaram para a utilização terapêutica do discurso sem língua gestual como método de educação para os surdos. Em consequência disto, a qualidade da educação dos surdos diminuiu e as crianças surdas saíam das escolas com qualificações inferiores e habilidades sociais limitadas. O oralismo tornou-se a técnica preferida na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX. Alexander Graham Bell teve grande influência neste congresso.

  4. Filosofia da Comunicação Total


    Na Comunicação Total ocorre a utilização simultânea da linguagem oral e gestual, empregando todas as formas possíveis de comunicação, usando a fala, leitura labial, língua oral sinalizada, alfabeto manual, audição residual, e outros, diferenciando-se do Bilinguismo que aborda as duas línguas, de forma que, elas sejam usadas sem que uma interfira ou prejudique no aprendizado da outra. Portanto, as línguas seriam usadas em momentos diferentes. O Bilinguismo percebe o surdo de forma diferente do Oralismo e da Comunicação Total, pois nessa filosofia o surdo não necessita almejar uma vida igual à do ouvinte, podendo assumir sua surdez formando uma comunidade, com cultura e língua. A origem do Bilinguismo se dá pela insatisfação de surdos com a proibição da língua de sinais e a mobilização de diversas comunidades em prol do uso dessa língua, aliado aos estudos linguísticos comprovando o status dessa língua.

  5. Constituição Federal


    A Constituição de 1988 foi elaborada durante os trabalhos da Assembleia Constituinte de 1987 e é considerada o marco que inaugurou o período democrático conhecido como Nova República. Essa Constituição foi resultado de 20 meses de trabalho. Durante esse período, os constituintes debateram exaustivamente os termos que compõem a Constituição Cidadã. No âmbito educacional, a educação de todos os brasileiros foi reconhecida como um direito fundamental, presente no Art. 5º da CF e isso abriu espaço para que leis fossem regulamentadas para garantir o acesso do surdo a uma educação pública e de qualidade. Assim, por exemplo, ao aluno surdo ficou garantido, por lei, o direito de um acompanhamento especializado. A regulamentação de leis reconhecendo a Libras e os direitos da comunidade surda brasileira é importante porque contribui para garantir a inclusão dessa comunidade.

  6. Lei 10.436/2002


    A partir da Nova República, sobretudo depois da virada do século XXI, a comunidade surda conquistou importantes direitos. Uma conquista muito importante deu-se com a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que determinou que a Libras deve ser reconhecida como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda brasileira e que o poder público deve fornecer meios para o uso e difusão da Libras no Brasil. Vide Art. 1º e Art 2º da Lei. Ressaltando ainda no Art 1º, Parágrafo Único, da lei o seguinte: “‘Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.’’ E, complementando no Art. 4º, Parágrafo único, da Lei o seguinte: A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.’’

  7. Curiosidade


    26 de Setembro é considerado o Dia Nacional do Surdo. Sua criação levou em consideração a data de fundação do Ines, em 1857, como vimos, com o nome de Imperial Instituto dos Surdos-Mudos.

Discente: Maria Eduarda Neckler Pereira

Turma: 28NT2

Curso: Direito, Unoesc Joaçaba